O preço do azeite tem preocupado os brasileiros, com garrafas sendo vendidas por valores que chegam a R$ 50 nos supermercados. E essa alta não parece estar perto de diminuir.
De acordo com a prévia da inflação de dezembro, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), o preço do azeite subiu 37,76% de janeiro até o dia 14 deste mês. Esses números foram divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A explicação para esse aumento está relacionada a problemas na Europa, principal produtora de azeite. Uma severa seca na região reduziu a safra e afetou a oferta no mercado internacional. Além disso, a Guerra na Ucrânia também impactou os custos de produção associados à agricultura, incluindo as oliveiras, conforme explicou Felippe Serigati, pesquisador do FGV-Agro.
O Brasil, que importa a maior parte do azeite consumido no país, está sendo afetado por essa conjuntura internacional. O país produz apenas 1% da demanda nacional, o que significa que as oscilações no mercado global têm um impacto direto nos preços internos.
Diante desse cenário, os economistas alertam que o azeite deve continuar caro para os consumidores. Segundo Serigati, o El Niño, que tem causado temperaturas acima do normal, deve persistir no primeiro trimestre do próximo ano. A expectativa é que uma reversão nos preços só ocorra no segundo semestre, devido à natureza permanente da cultura da oliveira, que não é replantada a cada safra como outras culturas agrícolas.
Essa situação representa um desafio para os consumidores brasileiros, que podem ter que lidar com preços elevados do azeite por mais algum tempo.