Em meio à onda de violência no Equador, o presidente Daniel Noboa decretou um “conflito armado interno” no país nesta terça-feira (9). A medida autoriza o Exército e a Polícia Nacional a intervir contra facções criminosas e “atores beligerantes não estatais”. Além disso, identifica 22 facções criminosas e “atores beligerantes não estatais” como organizações terroristas, e determina que as Forças Armadas realizem operações militares para “neutralizar” os grupos criminosos, “respeitando os direitos humanos”.
O Equador enfrenta uma crise de segurança há dois dias. Noboa decretou estado de exceção na segunda-feira (8) após a fuga de um criminoso conhecido como Fito, líder do grupo Los Choneros. Além disso decreto estabelece toque de recolher entre 23h e 5h.
Assim, nesta terça-feira (9), as autoridades relataram a fuga de Fabricio Colón Pico, um dos líderes de Los Lobos, preso na sexta-feira por sequestro e suposta responsabilidade em um plano para assassinar a procuradora-geral do país.
Oito mortes e duas pessoas feridas durante a onda de violência em Guayaquil, de acordo com o jornal “El Universo”. Sete policiais sequestrados em Machala, Quito e Los Rios. Vídeos de supostas execuções de agentes penitenciários circulam nas redes sociais. Thiago Allan Freitas, filho de um brasileiro, afirmou que o pai está entre os sequestrados.
Explosões na província de Esmeraldas e invasão a uma universidade em Guayaquil. Um veículo explodiu em Quito, e o prefeito pediu a “militarização” de instalações estratégicas. Portanto Ministério da Educação suspendeu as aulas presenciais em todo o país até sexta-feira (12). O governo do Peru vai reforçar a segurança na fronteira com o Equador.
Homens armados invadiram os estúdios do canal de TV estatal TC Televisión em Guayaquil nesta terça-feira (9). Portanto eles afirmaram ter bombas, e a Polícia Nacional prendeu os responsáveis pelo ato. Noboa, de 36 anos, prometeu atacar com firmeza os grupos de traficantes ligados a cartéis colombianos e mexicanos. Ele foi eleito em outubro.
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O estado de exceção estará em vigor por 60 dias em todo o país, incluindo nas penitenciárias, com toque de recolher entre 23h e 5h. A sede presidencial e as estações de metrô de Quito estão militarizadas. Assim, a declaração de estado de exceção permite às Forças Armadas intervir no sistema prisional. Noboa afirmou que não negociará com terroristas e que buscará devolver a paz aos equatorianos. Assim Noboa anunciou a construção de dois presídios de segurança máxima. Indígenas da Amazônia convocaram protestos pacíficos contra o projeto prisional.
Além disso, no Equador, entre a Colômbia e o Peru, maiores produtores mundiais de cocaína, deixou de ser uma ilha de paz. Em 2023, registrou mais de 7,8 mil homicídios e 220 toneladas de drogas apreendidas, novos recordes no país de 17 milhões de habitantes.
Por fim, desde 2021, confrontos entre presidiários deixaram mais de 460 mortos. Os homicídios nas ruas cresceram quase 800%, passando de 6 para 46 por 100 mil habitantes entre 2018 e 2023.
