O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do país, encerrou 2023 em 4,62%, de acordo com o IBGE. O balanço divulgado nesta quinta-feira (11), aponta que o número é menor que os 5,79% registrados em 2022. Além disso, ficou abaixo do teto da meta pela primeira vez desde 2020.
A meta do Conselho Monetário Nacional (CMN), colegiado ligado ao Ministério da Fazenda, para este ano era de uma inflação de 3,25%. Contudo, vale citar que este número contava com uma margem de tolerância que poderia ir de 1,5% até 4,75%.
Em resumo, o grupo de transportes teve o maior impacto anual na inflação do ano, quando a gasolina acumulou alta de 12,09%. Com o maior peso entre os subitens do IPCA, a gasolina exerceu no ano a maior contribuição individual (0,56 p.p.) para o resultado geral. “Vale lembrar que a gasolina teve o impacto da reoneração dos tributos federais e das alterações nas cobranças do ICMS”, diz o gerente do IPCA, André Almeida.
Dentro do grupo transportes, o IBGE destaca ainda as altas de emplacamento e licença (21,22%) e das passagens aéreas (47,24%). Por outro lado, das quedas, o destaque fica para automóveis novos (2,37%), cujos preços desaceleraram em relação a 2022 (8,19%), enquanto os dos usados recuaram 4,80%. “Como os preços dos automóveis subiram em 2022, o IPVA refletiu essa alta no ano seguinte”, diz André.
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O segundo maior peso do índice foi o grupo de Alimentação e bebidas (1,03%), que tem o maior peso no IPCA. Esse grupo ajudou a segurar o índice de 2023, destaca André. “Houve quatro quedas seguidas no meio de ano, o que contribuiu para esse resultado. A queda na alimentação no domicílio reflete as safras boas e a redução nos preços das principais commodities no mercado internacional, como a soja e o milho”, afirmou.
No grupo, o destaque fica para os preços da alimentação no domicílio (-0,52%), com a deflação do óleo de soja (-28,00%) do frango em pedaços (-10,12%) e das carnes (-9,37%). Outros grupos de destaque no acumulado do ano foram Saúde e cuidados pessoais (6,58%) e Habitação (5,06%).