A aplicação da vacina contra a dengue no Brasil deve ser direcionada para crianças e adolescentes em um primeiro momento, de acordo com informações apuradas pelo blog. A proposta segue a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estipula a faixa etária entre 6 e 16 anos. No entanto, no caso brasileiro, a restrição pode ficar entre 9 e 14 anos para sincronizar com a janela de outras vacinas, como HPV e meningite.
A sugestão foi feita pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações ao Ministério da Saúde nesta segunda-feira (15). O Ministério ainda está avaliando se irá acatar a proposta. A vacina, denominada Qdenga, é produzida pelo laboratório japonês Takeda Pharma.
Outra sugestão em discussão é a possibilidade de um recorte regional na aplicação da vacina, mas ainda não há definição sobre quais municípios serão contemplados e quais critérios serão adotados. O grau de hospitalização, casos registrados e histórico da doença estão entre as opções em consideração.
A necessidade desse recorte regional se deve ao fato de que o fabricante ainda não tem capacidade para fornecer o imunizante para todo o país, com uma estimativa inicial de cerca de 5 milhões de doses. Caso a população entre 4 e 60 anos seja contemplada de uma vez, seriam necessárias mais de 200 milhões de doses, já que a vacina requer duas aplicações.
A vacina Qdenga é o primeiro imunizante liberado no país para pessoas que nunca tiveram contato com o vírus da dengue. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina é indicada para a faixa etária de 4 a 60 anos e é aplicada em duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. A vacina é composta por quatro sorotipos diferentes do vírus causador da doença e pode ser administrada tanto em pessoas que já tiveram a doença quanto naquelas que nunca foram infectadas.
Até o momento, a única vacina contra a dengue disponível no Brasil era a Dengvaxia, fabricada pelo laboratório francês Sanofi Pasteur. Entretanto, essa vacina é recomendada apenas para pessoas que já foram infectadas pelo vírus da dengue, visando proteger contra uma possível segunda infecção, que pode ser mais grave e até mesmo fatal.