Quase um litro. Essa é a quantidade de energético que cada brasileiro toma por ano, considerando a população total do país. Se levarmos em conta apenas os adultos, o consumo desse tipo de bebida, que promete melhorar a concentração e o rendimento físico, é ainda maior.
E esse número só tem aumentado. Em uma década, houve um crescimento de 200% na produção. Segundo os dados mais recentes, o volume nacional em 2021 chegou a 185 milhões de litros por ano. Os cálculos são da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas não Alcóolicas (ABIR).
Entretanto, especialistas apontam que a alta no consumo tem relação com uma mistura perigosa: energético e álcool. Um dos motivos é que pesquisas indicam que a cafeína do energético mascara o efeito letárgico do álcool. Além disso, outro ponto que vale o sinal de alerta é de que os energéticos entregam a metade da recomendação diária de açúcar em uma única latinha. Algumas marcas ainda utilizam como ingrediente estimulante a taurina. Um aminoácido que existe em grande quantidade no corpo humano, principalmente nos músculos, no cérebro e nos olhos.Apesar disso, não existe consenso científico sobre a substância e sua função como estimulante.
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Apesar de prometerem entregar energia e estimulo, o que os especialistas afirmam é que eles não são a melhor opção para o caso. Dessa forma, o educador físico Bruno Gualano, que é professor do Centro de Medicina do Estilo de Vida da Faculdade de Medicina da USP, explica que, em razão do alto teor de açúcar presente no energético, uma xícara de café é mais recomendável.
Além disso, o médico neurologista Marcel Simis, diretor da Associação Paulista de Neurologia, explica que é preciso tomar cuidado com a dose. Tomar várias latas de energético pode ser prejudicial, Já que o energético tem alta concentração de cafeína e, combinado a uma alimentação já com outros componentes que também têm cafeína, pode chegar a doses que causam vício. Neste caso, quem toma tem o efeito oposto ao foco e energia.
A mistura com álcool torna a bebida mais perigosa. Com o apelo dos mais diversificados sabores, há receitas de drinks que levam a bebida como saborizante. No entanto, não é recomendado o consumo com bebida alcóolica. Em resumo, a cafeína e a bebida alcoólica têm efeitos opostos. Sendo assim, o estimulante da cafeína neutraliza o efeito sedativo do álcool, dando uma falsa sensação de sobriedade. Consequentemente, faz com a pessoa aumente a ingestão de bebida alcóolica, pois a pessoa acha que está sóbria e, por isso, ainda pode beber.