A Prefeitura de Campinas (SP) confirmou, nesta quarta-feira (7), a reintrodução na cidade dos sorotipos 2 e 3 da dengue – fora de circulação desde 2021 e 2009, respectivamente. A chegada dos novos tipos da doença deixa autoridades em alerta para o risco de aumento de casos graves, cenário temido pela administração municipal desde 2023.
De acordo com a prefeitura, as três moradoras diagnosticadas com os sorotipos 2 e 3 foram atendidas em unidades particulares e estão curadas.
Não é possível afirmar, no entanto, que estes são os primeiros casos dos sorotipos na cidade, uma vez que o Instituto Adolfo Lutz analisa uma quantidade limitada de amostras.
As pacientes são:
Sorotipo 2
- Mulher, 39 anos, coleta de exame em 3 de janeiro, residente na região Sudoeste
- Mulher, 37 anos, coleta de exame em 10 de janeiro, residente na região Leste
Sorotipo 3
- Mulher, 14 anos, coleta de exame em 18 de janeiro, residente na região Suleste
Desde 1º de janeiro, a metrópole contabiliza 1.949 diagnósticos de dengue e nenhum óbito. No ano anterior, Campinas enfrentou a sexta maior epidemia da doença da história, com 11,2 mil confirmações e três mortes.
Entenda o risco
Em nota, a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea von Zuben, destacou que esta é a primeira vez em que os três sorotipos da doença circulam ao mesmo tempo na metrópole.
Com isso, o risco de infecção e agravamento da doença é maior, já que grande parte da população não tem anticorpos contra esses tipos da doença. A reinfecção por um sorotipo diferente é fator de risco para a dengue grave, conhecida como dengue hemorrágica.
“A segunda infecção por qualquer sorotipo do dengue é predominantemente mais grave que a primeira, independentemente dos sorotipos e de sua sequência. No entanto, os sorotipos 2 e 3 são considerados mais virulentos”, destaca o Ministério da Saúde.
Fora da lista de vacinas
No dia 25 de janeiro, o Ministério de Saúde deixou Campinas fora da primeira lista de municípios que vão receber a primeira remessa da vacina contra dengue para a rede pública. O órgão priorizou cidades com mais de 100 mil habitantes, alta transmissão da doença e predominância do sorotipo 2, único critério ao qual a metrópole não atendia.
Ao todo, 521 municípios vão começar a aplicação na rede pública em fevereiro (veja a lista aqui). No estado de São Paulo, 11 cidades apareceram na primeira lista – todos da região do Alto do Tietê.
Atenção redobrada
A previsão de um crescimento expressivo de casos em 2024 levou a prefeitura a adotar uma série de medidas de combate ao mosquito transmissor. A “operação de dengue” – expressão usada pela própria administração municipal – envolve drones e a ajuda do Exército.
O Devisa realiza, desde o começo do ano, mutirões para remover possíveis criadouros do mosquito transmissor. O pacote de medidas prevê ainda, em caso de necessidade, entrada forçada em imóveis fechados.
Orientações à população
A dengue causa febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia, resultando em desidratação.
Ao apresentar estes sintomas, o morador deve procurar uma das unidades de saúde da cidade para atendimento médico, segundo a Secretaria de Saúde.
A orientação da Secretaria de Saúde para pacientes com sintomas da dengue é a busca pelos centros de saúde. Os endereços e horários de atendimento estão disponíveis no site da pasta.
Veja algumas das medidas de prevenção:
- Utilize telas de proteção com buracos de, no máximo, 1,5 milímetros nas janelas de casa;
- Deixe as portas e janelas fechadas, principalmente nos períodos do nascer e do pôr do sol;
- Mantenha o terreno limpo e livre de materiais ou entulhos que possam ser criadouros;
- Tampe os tonéis e caixas d’água;
- Mantenha as calhas limpas;
- Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
- Mantenha lixeiras bem tampadas;
- Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
- Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
- Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
- Limpe todos os acessórios de decoração que ficam fora de casa e evite o acúmulo de água em pneus e calhas;
- Coloque repelentes elétricos próximos às janelas (o uso é contraindicado para pessoas alérgicas);
- Velas ou difusores de essência de citronela também podem ser usados;
- Evite produtos de higiene com perfume porque podem atrair insetos;
- Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.