Entre 1º de março e 1º de abril, o Brasil registrou 665 mortes causadas por dengue, numa média de 20 óbitos por dia. Segundo dados do Ministério da Saúde, esse é o maior número registrado durante esse mês desde 2000, quando a pasta começou a contabilizar os casos. Além disso, em 19 dos 24 anos apurados, o país teve menos mortes do que o que foi registrado apenas este mês. Desde o começo do ano, 991 mortes foram confirmadas e outras 1.483 estão sob investigação.
O recorde de óbitos é de 2023, com 1.072, seguido por 2022, com 1.053. O mês com mais mortes no último ano foi abril, quando aconteceu o pico da doença e foram registradas 285 mortes.
Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, as mudanças climáticas e a circulação de mais sorotipos da doença justificam a alta de casos da dengue no país nos primeiros meses. Ela explica que o Brasil vive uma “situação atípica” por registrar muitos casos no começo do ano e em cidades que normalmente não sofrem com a doença.
Os anos que tiveram mais óbitos por dengue, além de 2023 e 2022 já citados, são 2015, com 986; 2019, com 820; e 2016, com 701.
O Brasil bateu o recorde de número de casos, anteriormente de 2015, no dia 18, com 1.889.206 diagnósticos confirmados. Nesta terça, já são 2.624.300 casos prováveis.
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Segundo dados do painel de dengue do Ministério da Saúde, o Distrito Federal é a unidade da federação com maior taxa de incidência de casos prováveis, com 6.804 casos por 100 mil habitantes. O DF é seguido por Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e Goiás, que, juntos, representam quase 58% do número absoluto de casos do país.
A faixa etária que mais registra casos de dengue é de 20 a 29 anos, com mais de 495 mil casos, o que representa quase um em cada cinco casos. Na separação por gênero, as mulheres são a maioria a contrair a doença (55,4%).
A secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, afirmou nesta terça-feira (2) que, em oito unidades da federação, o “pior já passou” e os casos de dengue mostram tendência de queda.
De acordo com a pasta, Acre, Amazonas, Espírito Santo, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Piauí e Roraima demonstram diminuição da doença. Apesar disso, Ethel afirma que é importante que a população mantenha a atenção e que “não acabou, ainda vamos ter casos de dengue acontecendo”.
Segundo o governo, sete estados apresentam uma tendência de aumento do número de casos. Essa alta atinge os estados de Alagoas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Fonte: R7