O governo federal atualizou a ‘lista suja’ com nomes de empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão, incluindo 248 novos patrões e empresas. Essa é a maior inclusão já realizada, segundo o Ministério do Trabalho. Agora, a lista conta com 654 nomes, que podem ser conferidos no site do governo. As atividades econômicas com o maior número de empregadores inclusos foram trabalho doméstico, cultivo de café, criação de bovinos, produção de carvão e construção civil.
A iniciativa existe desde 2004, mas enfrentou impasses nos governos anteriores. A divulgação chegou a ser suspensa de 2014 a 2016, até que o Supremo Tribunal Federal determinou a constitucionalidade do documento. Os nomes só são adicionados após a conclusão do processo administrativo, com uma decisão sem possibilidade de recurso. Cada nome permanece publicado por dois anos, sendo excluídos após esse período.
Entre os empregadores incluídos está André Luiz Mattos Maia Neumann, acusado de manter uma empregada doméstica trabalhando em condições análogas à escravidão por 72 anos. Também está na lista Dalton César Milagres Rigueira, acusado de manter Madalena Gordiano em condição análoga à escravidão por 38 anos em Minas Gerais. As denúncias de trabalho escravo podem ser feitas de forma remota e sigilosa no Sistema Ipê, lançado em maio de 2020.