Pequenos círculos se movimentando pelo chão chamaram a atenção durante o eclipse solar total desta segunda-feira (8). Imagens compartilhadas nas redes sociais mostraram o curioso efeito causado pela projeção da imagem do eclipse na sombra das árvores.
O fenômeno, segundo especialistas, é real e explicado pela física. A passagem da luz através das folhas das árvores atua como uma “câmera pinhole”, semelhante ao experimento escolar com uma caixa e um pequeno buraco para projetar imagens. Nas imagens compartilhadas, as árvores funcionaram como um “filtro”, projetando o eclipse no chão.
“Através das folhas das árvores, temos pequenas passagens de luz e, como elas estão a uma distância suficiente, elas permitem ver a imagem do eclipse projetada por entre as folhas. Isso acontece pela forma como a luz se propaga por entre as folhas, como no pinhole”, explicou Josina Oliveira do Nascimento, astrônoma no Observatório Nacional.
O efeito pinhole foi uma das formas seguras recomendadas pela NASA para visualizar o eclipse, já que olhar diretamente para o sol é prejudicial à saúde dos olhos.
Esse efeito, registrado durante o eclipse de segunda-feira, já foi observado em eclipses anteriores. É considerado comum durante um eclipse solar total, como explicou o pesquisador Jaziel Coelho, do Departamento de Física da Ufes.
“É um fenômeno físico conhecido como ‘buraco de alfinete’ (câmera pinhole). As imagens são lindas e impressionantes. As sombras projetadas pelas folhas da árvore durante o eclipse solar podem ter uma aparência crescente devido a esse efeito (da imagem da Lua cobrindo o Sol)”, explicou.
O eclipse solar total mais recente foi visível apenas do México, Estados Unidos e Canadá. Esse fenômeno ocorre quando a Lua se posiciona entre o Sol e a Terra, lançando uma sombra sobre a Terra e bloqueando toda a luz solar. Apesar de ocorrer uma ou duas vezes por ano, é considerado raro devido à faixa limitada de visibilidade.