Desde janeiro até abril deste ano, os registros de denúncias de violência contra crianças e adolescentes na região de Campinas (SP) atingiram um novo patamar de preocupação. Dados recentes do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania revelam um aumento substancial, totalizando 2.546 ocorrências, representando um crescimento de 37,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Situação Crítica: Violência Contra os Mais Vulneráveis
Do total de denúncias, 2.507 casos envolveram violência contra a integridade ou vida dos menores. Os números revelam uma realidade alarmante, destacando a faixa etária mais vulnerável, com as seguintes estatísticas:
- Crianças de até 3 anos: 485 casos
- Crianças de 4 a 6 anos: 560 casos
- Crianças de 7 a 9 anos: 443 casos
- Crianças de 10 a 12 anos: 412 casos
- Crianças de 13 anos ou mais: 478 casos
Tragédias Indicam Urgência de Ação
Em casos que chocaram a região, relatos de violência extrema emergem como alerta para a urgência de medidas eficazes. Em Monte Mor (SP), o jovem Luiz Fellipe Darulis, de apenas 12 anos, perdeu a vida após ser brutalmente espancado pelo padrasto com um pedaço de madeira. Em uma justificativa absurda, o agressor alegou que se tratava de uma correção pelo que chamou de “desrespeito”.
Já em Vinhedo (SP), um caso de crueldade extrema envolve o próprio pai e a madrasta, suspeitos de espancar até a morte uma criança de 8 anos, Henrique Cardoso. A perícia indicou lesões antigas, sugerindo um histórico de maus-tratos e tortura.
Responsabilidade das Autoridades em Foco
Diante desses eventos trágicos, o Ministério Público anunciou que a Promotoria da Infância e da Juventude conduzirá investigações minuciosas para esclarecer as circunstâncias das mortes. Paralelamente, a Polícia Civil está encarregada de averiguar possíveis falhas ou negligências do Conselho Tutelar de Vinhedo, diante de relatos que indicam múltiplos acionamentos prévios.
Papel da Sociedade e das Instituições na Proteção dos Vulneráveis
Para Larissa Almeida Rodrigues, presidente da Comissão de Direitos da Criança e do Adolescente da OAB Campinas, é crucial uma resposta coordenada e eficaz das autoridades diante dessas violações. Ela destaca a importância de acionar a rede de proteção, incluindo o Conselho Tutelar, a Polícia Civil e a Guarda Municipal, diante de situações de flagrante ou extrema gravidade.
Alerta à População: Denuncie!
Diante desse cenário alarmante, a advogada enfatiza que a população tem um papel crucial no combate à violência infantil. Qualquer sinal de abuso ou violência deve ser denunciado imediatamente às autoridades competentes, seja a polícia, o Ministério Público ou o Conselho Tutelar.
Foco na Proteção: O Papel do Conselho Tutelar
Em Campinas, o Conselho Tutelar desempenha um papel fundamental no acolhimento e encaminhamento das vítimas. Com seis unidades na cidade, o órgão atua de forma ágil e decisiva para garantir a proteção dos menores, investigando e intervindo nos casos de violência.
Conclusão: Urgência de Medidas Coletivas e Coordenadas
Diante do aumento alarmante das denúncias de violência contra crianças e adolescentes na região de Campinas, é imprescindível uma resposta enérgica e coordenada das autoridades e da sociedade civil. Proteger os mais vulneráveis exige ação imediata e eficaz de todos os setores da comunidade.