O Brasil está de luto após o trágico acidente de avião ocorrido em um condomínio de Vinhedo, interior de São Paulo, na sexta-feira, 9 de agosto. A queda do voo 2283 da VoePass resultou na morte de 62 pessoas, incluindo 58 passageiros e 4 tripulantes. O acidente, que não causou vítimas em solo, deixou a nação profundamente comovida e trouxe à tona questões sobre o impacto de tais tragédias.
Em uma recente entrevista ao podcast IEL Cast, o médico legista Dr. Antônio Nunes ofereceu uma explicação sobre o que ocorre com os ocupantes durante uma queda de avião. De acordo com Dr. Nunes, os passageiros e tripulantes geralmente desmaiam antes de atingir o solo. “Quando o avião desce de uma vez, você desmaia, perde a consciência. Então, a chance de ter alguém acordado no final daquela queda, inclusive o próprio piloto, é quase impossível. É para estar inconsciente, pela lógica”, disse ele.
Ele continuou explicando que, apesar de estarem inconscientes e não sentirem dor, as vítimas ainda sofrem politraumatismo fatal ao atingir o solo. “Eles não sentiram dor. O corpo protege na queda, justamente do trauma que virá. [Ficam desmaiados], mas vivos. Ao chegar lá embaixo, com o trauma todo, vem a questão da morte em si”, afirmou Dr. Nunes.
A causa oficial da morte dos ocupantes do voo foi confirmada pelo Instituto Médico Legal (IML). Segundo Vladmir Alves dos Reis, diretor do IML, todos faleceram devido a politraumatismo. “Hoje, nós temos a convicção de que todos morreram de politraumatismo. É uma certeza científica, a aeronave despencou de uma altura de 4 mil metros e, ao atingir o solo, o choque foi muito grande e todos eles sofreram politraumatismo”, explicou Reis.
Além disso, Reis esclareceu que as queimaduras e carbonização dos corpos foram consequências secundárias do impacto inicial. “As queimaduras que terminaram com a carbonização de alguns corpos foram secundárias ao politraumatismo”, acrescentou.
O processo de identificação das vítimas está em andamento, e Reis garantiu que a verificação será minuciosa. “Eu garanto para vocês que quando esses corpos forem entregues aos seus familiares, eles vão ter 100% de certeza que realmente é aquela pessoa. Nós não liberamos nenhum corpo, nenhum cadáver se não houver uma certeza absoluta dessa verificação. Por isso, o processo vai ser um pouco mais lento”, afirmou.
O acidente envolveu um avião ATR-72 da VoePass, que decolou de Cascavel, Paraná, com destino ao Aeroporto de Guarulhos, São Paulo. O avião caiu no quintal de uma casa em Vinhedo, causando um incêndio que foi rapidamente controlado pelos bombeiros. A companhia aérea ainda investiga as causas do acidente e oferece suporte às famílias afetadas através de um canal de atendimento 24 horas.
Até a tarde deste sábado, 10, 26 corpos já haviam sido retirados do local do acidente e enviados ao IML para identificação. A polícia está utilizando tecnologia avançada para localizar e remover os corpos o mais rapidamente possível.
A VOEPASS Linhas Aéreas informou que a aeronave estava operacional e não apresentava restrições no momento da decolagem. A investigação continua para esclarecer as circunstâncias do trágico evento.