Ansiedade, estresse e desafios pessoais estão entre as principais causas da insônia, levando muitos brasileiros a buscar alternativas para melhorar o sono. De acordo com um levantamento da Timelens, consultoria de negócios baseada em dados, o consumo de produtos como Zolpidem e melatonina tem aumentado substancialmente.
Nos últimos doze meses, o número de buscas por melatonina no Google ultrapassou 17,5 milhões, refletindo um aumento de seis vezes desde sua aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2021. Em seguida, as buscas por “Zolpidem” somaram 9,8 milhões, enquanto “chá para dormir” e “magnésio inositol” registraram 1,7 milhões e 1,2 milhões de buscas, respectivamente.
O levantamento revelou que “remédios para dormir” teve mais de 29 milhões de pesquisas nos últimos cinco anos, com picos de busca em maio (10%) e outros meses como abril, janeiro e julho (9% cada). Entre os medicamentos, o Zolpidem se destaca com um aumento de 240% nas buscas, seguido pelo Clonazepam (+220%).
Além disso, as buscas por “remédios para dormir que não precisam de receita” cresceram impressionantes 1.450% no mesmo período. André Matias, CEO da Timelens, observa que os dados indicam um crescente interesse não apenas em medicamentos, mas em soluções mais amplas para o sono, como colchões e chás.
Comparação com os Estados Unidos e Dados Regionais
O estudo também comparou as buscas por Zolpidem no Brasil com os Estados Unidos. No Brasil, houve 52.943.100 buscas pelo medicamento, enquanto nos EUA foram 19.798.080, marcando um crescimento de 167% no Brasil. A média semanal de buscas no Brasil é de aproximadamente 202 mil, com picos em agosto de 2022 e maio deste ano.
São Paulo lidera em vendas de Zolpidem, com mais de 122 milhões de caixas vendidas, conforme dados do DataSUS. O Distrito Federal, por outro lado, tem o maior volume de buscas na internet.
Riscos do Uso Indevido
Embora o Zolpidem seja eficaz para tratar insônia transitória, seu uso prolongado pode levar a problemas como sonambulismo e alucinações. A Anvisa recomenda que o uso não ultrapasse quatro semanas sem reavaliação médica e reforçou o controle sobre a prescrição e venda do medicamento.
A melatonina, um suplemento natural, também deve ser usada com cautela. Cristina Ribeiro de Barros Cardoso, professora de imunologia da USP, destaca que a ingestão de melatonina deve estar de acordo com as recomendações da Anvisa e sempre com orientação médica, para evitar efeitos adversos e garantir sua eficácia.
Em resumo, enquanto a busca por soluções para a insônia continua a crescer no Brasil, é crucial que os usuários consultem profissionais de saúde para o uso seguro e eficaz desses produtos.