A Operação Integration, que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro ligado a jogos ilegais, entrou em uma nova fase após o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) solicitar novas diligências e a substituição das prisões preventivas por medidas menos severas. O inquérito, que foi devolvido pela Polícia Civil, envolve figuras conhecidas, incluindo a influenciadora Deolane Bezerra e sua mãe, Solange Bezerra, ambas soltas após um habeas corpus. O cantor Gusttavo Lima também teve sua prisão preventiva revogada recentemente.
O professor de Direito Penal Durval Lins destacou que a Polícia Civil deve retomar as investigações assim que o MPPE detalhar as diligências que ainda precisam ser feitas. “A juíza não acatou totalmente o parecer do MPPE em relação à desnecessidade da prisão, mas certamente seguirá as determinações para novas investigações”, afirmou.
No contexto desse caso, duas vertentes processuais estão em andamento: uma relacionada ao inquérito policial, sob a análise da juíza Andréa Calado da Cruz, e outra referente aos pedidos de habeas corpus, julgados pelo desembargador Eduardo Guilliod Maranhão. A juíza tem a responsabilidade de decidir sobre a manutenção das prisões e a aceitação dos pareceres do MPPE, enquanto o desembargador revisa as medidas cautelares aplicadas aos investigados.
A situação é complexa, envolvendo grandes valores e possíveis sigilos, o que pode prolongar as investigações por mais de 90 dias. “Esse caso não se resolverá rapidamente. A pluralidade de domicílios dos envolvidos e os montantes em questão requerem um exame detalhado”, explicou Lins.
A Operação Integration ganhou notoriedade em julho, quando Deolane Bezerra fundou uma empresa de apostas e foi presa em setembro, junto com outros suspeitos, em uma ação que visava desmantelar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentava cerca de R$ 3 bilhões. Desde então, a Justiça determinou o bloqueio de bens e ativos financeiros dos envolvidos.
A sequência de decisões judiciais nas últimas semanas revelou divergências significativas entre as instâncias. A principal questão em debate é a necessidade de prisão de indivíduos que possuem ocupações lícitas e endereços fixos, especialmente quando o crime em questão não envolve violência.
Com a recente liberação de alguns investigados e a revogação da prisão de Gusttavo Lima, a expectativa é que as investigações avancem e novas informações sejam trazidas à tona. As próximas semanas serão cruciais para definir os rumos da operação e o desdobramento das investigações.