Um emocionante ato de solidariedade uniu o policial militar Guilherme Dias, de 31 anos, e o bebê Francysco Monteiro, nascido em março deste ano em Brasília. A história começou quando uma publicação nas redes sociais, pedindo ajuda para Francysco, comoveu o PM, que trabalha em São Paulo. O recém-nascido precisava urgentemente de um transplante de fígado para tratar a leucinose, uma doença genética rara que causa acúmulo de aminoácidos no sangue, gerando toxinas que afetam o desenvolvimento cerebral.
Francysco foi diagnosticado com a condição aos 12 dias de vida, após um exame avançado do teste do pezinho. Ele foi rapidamente transferido para o Hospital Menino Jesus, em São Paulo, onde aguardou um doador compatível. “Vim só com a roupa do corpo”, relatou Larissa, mãe do menino. Entre os voluntários, apenas Guilherme apresentou compatibilidade. Ao ver a postagem, ele não hesitou em se oferecer para ajudar.
“A criança tinha a mesma idade do meu filho. Isso me sensibilizou e fez querer ajudar”, afirmou o policial. Com o mesmo tipo sanguíneo, ele passou por exames que confirmaram a compatibilidade, iniciando uma corrida contra o tempo. Por não ser parente do bebê, Guilherme teve que solicitar autorização judicial para realizar o procedimento.
Em 24 de julho, a cirurgia foi realizada no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. O sargento doou um terço do fígado de forma altruísta. “Ver aquele bebê foi como ter visto meu filho nascer de novo”, contou ele emocionado. Na semana seguinte à cirurgia, Guilherme teve a oportunidade de conhecer Francysco. “Foi uma sensação de dever cumprido. Tive muito orgulho”, revelou.
Dois meses após a cirurgia, Francysco continua sua recuperação em uma Casa de Apoio em São Paulo, com acompanhamento médico constante. “Por enquanto está tudo indo muito bem”, tranquilizou Larissa. A mãe mantém contato com Guilherme, que se recupera bem e recebe o apoio da família.
Uma Rede de Solidariedade
A história de Larissa e Francysco não é a única. A policial Jéssica Machado, que também viu a postagem, se ofereceu para ajudar a família, mesmo sem poder doar devido a medicações. Ela se tornou uma fonte de apoio emocional e prático, fornecendo roupas e assistência.
Além disso, o gesto de Guilherme ajudou também outra criança: Luna Gonçalves, de 11 meses, que nasceu com atresia de vias biliares. Após receber a notícia de que precisaria de um novo fígado, os pais de Luna descobriram que a doação de Francysco poderia ser compatível. As cirurgias das duas crianças aconteceram no mesmo dia e local, salvando vidas e criando um laço de gratidão entre as famílias.
Bruna, mãe de Luna, expressou sua eterna gratidão: “Ele salvou a vida da minha filha. Foi um ato de amor e coragem. Serei grata para o resto da vida.”
A história de Guilherme e sua disposição para ajudar destaca não apenas a importância da doação de órgãos, mas também a força da solidariedade em momentos de crise.