O custo da cesta básica em Campinas registrou um aumento de 3,42% em outubro, alcançando R$ 738,80, o que representa o segundo mês consecutivo de alta no valor dos alimentos essenciais. A pesquisa realizada pelo Observatório PUC-Campinas revelou que o valor da cesta foi 3,42% maior que o de setembro, quando o total foi de R$ 714,25. Com isso, o impacto no bolso do trabalhador foi significativo, já que a cesta básica passou a comprometer 52,3% do salário mínimo de R$ 1.412.
Aumento nos preços de carne, óleo e tomate
De acordo com o levantamento, o aumento no custo da cesta básica foi impulsionado, principalmente, pelos preços de alimentos como carne (5,61%), óleo (5,05%) e tomate (13,42%), que apresentaram as maiores altas. A carne, aliás, segue sendo o item com maior peso no orçamento da cesta, representando 35,11% do custo total.
No entanto, o levantamento também identificou uma pequena redução nos preços de arroz, batata e feijão, que ajudaram a amenizar o impacto no valor final da cesta.
Custo elevado compromete orçamento familiar
A pesquisa considera que o valor da cesta básica é suficiente para alimentar uma pessoa adulta por um mês. Para uma família de quatro pessoas, composta por dois adultos e duas crianças, o valor necessário para cobrir os gastos com alimentação chega a R$ 2.216,41, ou seja, três cestas básicas. Esse valor, no entanto, ainda está distante dos patamares mais altos registrados anteriormente. Em junho de 2023, a cesta básica atingiu o maior valor da série histórica do Observatório PUC-Campinas, com R$ 781,23.
Índice de variação e custos dos itens da cesta básica
O estudo, que avalia 13 itens alimentícios, mostrou que 10 dos 13 itens pesquisados tiveram aumento de preço em outubro. A lista dos alimentos com maiores variações de preço inclui:
- Tomate: +13,42%
- Carne: +5,61%
- Óleo: +5,05%
Por outro lado, os itens com redução no preço durante o mês de outubro foram:
- Arroz: -2,91%
- Batata: -4,18%
- Feijão: -1,85%
Cesta básica tradicional e metodologia de pesquisa
A cesta básica pesquisada é composta por 13 itens alimentícios, cujas quantidades foram determinadas por decreto-lei em 1938, visando garantir uma boa qualidade de vida para um trabalhador adulto. A pesquisa considera os hábitos alimentares da região Sudeste do Brasil e inclui alimentos como açúcar, arroz, café, farinha, feijão, leite, manteiga, óleo, banana, batata, carne, pão francês e tomate.
O levantamento do Observatório PUC-Campinas é feito mensalmente, com base nos preços apurados em 28 supermercados localizados em bairros ao redor do centro da cidade. As coletas são realizadas entre a segunda e terceira semana de cada mês, sempre no mesmo dia, para evitar que promoções ou variações de preços influenciem os resultados.
Cenário de alta contínua
O estudo aponta que, desde o início da série histórica, em setembro de 2022, a cesta básica tem apresentado flutuações de preço. Depois de uma queda nos meses de julho e agosto, o valor voltou a subir em setembro e outubro, refletindo as dificuldades econômicas enfrentadas pelas famílias e o alto impacto do custo da alimentação no orçamento mensal.
Essa variação de preços, somada ao peso crescente da cesta básica no bolso do trabalhador, sinaliza que, apesar de algumas oscilações, o cenário de alta continua a pressionar a renda das famílias em Campinas.