O salário mínimo no Brasil pode ser elevado para R$ 1.521 a partir de janeiro de 2025, de acordo com as últimas projeções divulgadas pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda. O cálculo leva em consideração a inflação e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), com base em dados mais recentes. Se confirmada essa estimativa, o aumento seria de R$ 109, o que representaria um reajuste de 7,71% em relação ao valor atual de R$ 1.412.
Atualmente, o valor do salário mínimo está previsto em R$ 1.509 na proposta de orçamento enviada ao Congresso Nacional para 2025. No entanto, a estimativa de aumento foi revisada para um patamar mais elevado devido a índices de inflação mais altos nos últimos meses, impulsionados, entre outros fatores, por condições climáticas adversas.
Cálculo do Reajuste
O reajuste do salário mínimo é baseado em dois índices: a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) nos últimos 12 meses, até novembro, e o crescimento do PIB dos dois anos anteriores. Para 2025, será considerado o PIB de 2023, que teve um crescimento de 2,9%.
Embora o valor estimado já seja superior ao previsto no orçamento, o salário mínimo definitivo só será conhecido em dezembro deste ano, quando os dados finais do INPC de novembro forem divulgados.
Referência para Mais de 59 Milhões de Pessoas
O salário mínimo tem um impacto significativo na vida de muitos brasileiros, servindo como referência para aproximadamente 59,3 milhões de pessoas, segundo dados atualizados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Além dos trabalhadores que recebem o valor integral, o mínimo também influencia aposentadorias, pensões e benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Além disso, o aumento do salário mínimo reflete diretamente no poder de compra da população, elevando o “salário médio” dos brasileiros e ajudando a impulsionar a economia.
Impacto nas Contas Públicas
Com o aumento do salário mínimo, o governo também enfrenta um impacto nas suas contas públicas. Isso ocorre porque diversos benefícios previdenciários e assistenciais são vinculados ao valor do mínimo, como o abono salarial e o seguro-desemprego. A cada R$ 1 de aumento no salário mínimo, o governo estima que a despesa pública seja acrescida em R$ 392 milhões.
Portanto, caso o aumento seja de R$ 107 no salário mínimo, como projetado para 2025, as despesas obrigatórias do governo cresceriam em aproximadamente R$ 42,7 bilhões. Esse aumento nas despesas obrigatórias pode reduzir a disponibilidade de recursos para os gastos “discricionários” do governo, afetando a execução de políticas públicas em outras áreas.
O reajuste do salário mínimo, embora seja uma medida importante para melhorar a renda dos trabalhadores, exige um equilíbrio cuidadoso nas contas públicas, considerando tanto os benefícios quanto os desafios fiscais gerados pelo aumento.