A “Pesquisa CNT de Rodovias 2024” revelou que as dez melhores rodovias do país estão localizadas principalmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A maioria delas é de responsabilidade do setor privado, com destaque para o modelo de concessão que tem trazido investimentos significativos para a manutenção e melhoria das vias.
Em contrapartida, as dez rodovias mais mal avaliadas pela pesquisa estão sob gestão pública, especialmente no Nordeste, evidenciando a falta de recursos estaduais para a manutenção dessas estradas.
As melhores
A pesquisa apontou que todas as dez rodovias mais bem avaliadas são estaduais. Dentre elas, sete estão no estado de São Paulo e três no Rio de Janeiro. As estradas paulistas como a SP-270, de Presidente Epitácio a Ourinhos, e a SP-099, de São José dos Campos a Caraguatatuba, lideram o ranking. Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Vander Costa, essas rodovias possuem um padrão elevado de qualidade devido à concessão ao setor privado, que garante recursos próprios para manutenção, como o pagamento de pedágio pelos usuários.
Entre as estradas mais bem avaliadas, a SP-021, que liga São Paulo a Arujá, e a SP-348, de Cordeirópolis a São Paulo, também se destacam. Já no Rio de Janeiro, a RJ-124, que vai de Rio Bonito a São Pedro da Aldeia, figura entre as melhores.
As piores
As rodovias mais mal avaliadas da pesquisa também são estaduais, mas estão sob administração pública. Dentre as dez piores, a PE-545, que vai de Exu a Ouricuri, no Pernambuco, ocupa o primeiro lugar. A PE-096, que liga Palmares a Barreiros, também em Pernambuco, segue na lista das piores, além da PB-400, na Paraíba, e da RN-118, no Rio Grande do Norte.
Segundo Costa, a situação das rodovias mal avaliadas se deve à escassez de recursos estaduais, especialmente após a retirada da Cide-Combustíveis, um imposto federal que antes destinava uma parte dos recursos aos estados para investimentos em infraestrutura.
Avanços na segurança das rodovias
A pesquisa também revelou avanços na segurança das rodovias brasileiras, com uma queda de 7,6% nos chamados “pontos críticos”, como pontes caídas, erosões e quedas de barreiras, entre 2023 e 2024. Nos trechos sob gestão pública, essa redução foi ainda maior, alcançando 17,3%. De acordo com o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, essa melhoria representa um impacto positivo na segurança e fluidez do tráfego nas rodovias.
Com a avaliação de mais de 111 mil quilômetros de rodovias em todo o Brasil, a pesquisa CNT deste ano mostra um panorama do estado das principais vias estaduais e federais do país, destacando tanto as melhorias quanto os desafios ainda enfrentados pelo sistema rodoviário brasileiro.